Saltar para o conteúdo principal

RITA MIGUEL: «Um futuro de colectivos»

Foi no passado mês de Maio que se assinalou o dia nacional das colectividades. A Comissão Concelhia do PCP de Torres Vedras tem vindo a visitar várias associações do concelho nos últimos anos, partilhando posteriormente neste jornal uma breve descrição da visita e um pouco da história, objectivos e dificuldades de cada uma delas.

3 min de leitura
Rita Miguel (Comissão Concelhia do PCP Torres Vedras, Candidata à Câmara Municipal de Torres Vedras)
Rita Miguel (Comissão Concelhia do PCP Torres Vedras, Candidata à Câmara Municipal de Torres Vedras)

Começámos com a Estufa, em Torres Vedras, passando pela Associação de Socorros da Maceira, a Associação de Socorros do Turcifal, pelo Centro Social e Paroquial da Silveira, pela Banda Filarmónica da Ribaldeira, Grupo Desportivo de Runa, COJOPE, ATV, Centro Social Cultural Recreativo e Desportivo do Ameal, ACDR Abrunheira. De todas elas trouxemos um belíssimo exemplo do que é possível através do movimento associativo popular. Para além das actividades de cultura, recreio e desporto, algumas destas coletividades prestam serviços essenciais a nível educativo, como creches e jardim de infância, actividades de animação e apoio à família (AAAF), prestação de serviços de socorro e transporte não urgente de doentes, centros de dia, lares. No nosso concelho são milhares de pessoas que beneficiam directa, ou indirectamente, dos serviços prestados por estas associações e são centenas os empregos criados por estes colectivos.

O movimento associativo popular teve no pós 25 de Abril o seu auge, não é por acaso que a maioria das associações surgem em 1975/1976, a população entusiasmada pelo movimento de massas unia-se e criava, metia as mãos à massa e de uma ideia nascia um espaço físico, construído por trabalho voluntário e cívico. Com o mergulhar do país nas políticas neoliberais dos anos 80/90/00 há um arrefecimento do espírito comunitário, menos verbas e apoios para projectos locais e, como tal, um afastamento e desinteresse das novas gerações que não testemunharam o pós 25 de Abril e a força do povo. Serve isto para explicar que um dos maiores problemas com que as associações se deparam é a falta de quadros, a falta de dirigentes, o que faz com que os do costume tenham de continuar, muitas vezes apesar do cansaço dos anos e apesar de acreditarem que as novas gerações deveriam tomar a liderança. 

Outros problemas há, problemas financeiros, problemas com licenças, falta de verbas para obras de manutenção e melhoramentos, falta de recursos para as necessidades operacionais. Os dirigentes destes projectos vêem-se muitas vezes sem opções e sem apoios. 

O contributo das colectividades para a vida de todos é essencial. Essencial será também apoiá-las nas dificuldades. A Câmara Municipal de Torres Vedras tem de melhorar a sua acção para com estas instituições. Deixar de as ver apenas como um recurso quando dá jeito mas olhar para elas enquanto parceiras do desenvolvimento local. Permitir que prosperem na oferta de opções sociais, recreativas, desportivas e culturais das populações que servem. 

Um bom exemplo vem-nos do trabalho desenvolvido pela Junta de freguesia de Sta. Maria S. Pedro e Matacães através do eleito da CDU no executivo da Junta de Freguesia, Fernando Santos que no seu âmbito tem desenvolvido um trabalho notório.

Uma das propostas da CDU é a criação de um gabinete de apoio ao associativismo que dinamize o movimento associativo, que ensine as gerações mais novas sobre este âmbito da sua participação cívica,  e que também sirva de ligação rápida e eficaz para a comunicação com as colectividades e apoio para as suas necessidades. Nem tudo é possível, mas é sem dúvida possível melhorar a actual falta de apoio do executivo camarário às associações e aos seus dirigentes. 

Precisamos de mais associativismo para criar uma comunidade mais participativa, activa, ligada às suas raízes e com orgulho de trabalhar pela e para a sua terra. Por um concelho onde o povo escolhe o seu futuro.