ANTÓNIO MUCHARREIRA: «Um Herói esquecido»
António Lobato nasceu em Melgaço a 11 de Março de 1938 e alistou-se como voluntário na Força Aérea Portuguesa, tendo concluído em 1959 o curso de pilotagem. Depois de passar pela BA 7 onde deu instrução a recrutas, ali permaneceu até ser mobilizado para a Guiné em 1961. Em 1963, em consequência de uma colisão entre dois caças, despenhou-se em zona hostil, dominada pelos guerrilheiros do PAIGC.

Enquanto o outro piloto morre, António Lobato é feito prisioneiro, depois de aterrar de emergência numa bolanha, tendo sido agredido à catanada e enviado para uma prisão de alta segurança na vizinha Guiné Conakry, acusado de criminoso de guerra, sem condições mínimas de sobrevivência e alvo de torturas, ameaças, simulações de fuzilamento, e passou muita fome, sede, pensando muitas vezes no suicídio.
Foi alvo de interrogatórios, foi aliciado a desertar para o lado do PAIGC, caso contrário, seria fuzilado. Nunca virou as costas à sua Bandeira, à sua Pátria. Pelo seu patriótico comportamento no cativeiro, foi considerado pelo governo de então como herói nacional e promovido a tenente. No cativeiro foi submetido aos maiores horrores possíveis e imaginários pelos agentes de um governo pró soviético chefiado por um dos maiores tiranos da África Ocidental, o temível ditador comunista Ahmed Sékou Touré. Tentou por duas vezes a evasão. Na segunda tentativa ainda conseguiu estar em liberdade uma semana, mas viria a ser recapturado e voltou à prisão, felizmente por pouco tempo, pois a Operação Mar Verde foi desencadeada poucas semanas depois.
Nunca os governantes pós 25 Abril se preocuparam em homenagear este grande Herói Nacional. Nem o nome de uma rua, nem condecorado por presidente algum, nada. As latas que eles distribuem em saldo e banalmente, são só para esquerdistas, terroristas, assaltantes de bancos, bombistas e assassinos de tantos inocentes, incluído crianças, os chamados anti-fascistas e muitos cobardes que se esquivaram da guerra.
A este grande Homem e aos que o libertaram, as minhas maiores homenagens e que descanse na Paz Celestial. Afinal de contas, hoje já nem temos homens como este corajoso combatente, com amor pátrio e defensor dos ideais que sempre nos orgulhamos, enquanto combatentes de Portugal. A 20 de Novembro de 1970, sete anos depois de passar por todos estes horrores indescritíveis e inimagináveis, após uma bem-sucedida operação denominada MAR VERDE, comandada pelo capitão de mar e guerra Alpoim Calvão, foi finalmente libertado juntamente com mais 30 combatentes também ali feitos prisioneiros. António Lobato viria a falecer em Março de 2024 , em Lisboa.
Que o nosso obrigado de hoje a este grande Combatente, se faça compromisso e que a sua memória nos dê coragem, e que Portugal com os olhos postos no Céu e os pés bem firmes na terra, saiba ser fiel aquilo que ele e os nossos antepassados nos fizeram nascer: Fé, Coragem e Amor pátrio.