Saltar para o conteúdo principal

JOAQUIM GOMES: «As Presidenciais, a Comunicação Social e a nossa Democracia»

No próximo ano de 2026, o nosso país irá ser submetido a eleições presidenciais. Os caros leitores ao lerem este artigo, devem estar a pensar: “este individuo parece que é parvo ou faz-se! Ainda faltam as autárquicas e já vem falar das presidenciais?!...” Mas este individuo não é tão parvo quanto parece, às vezes faz-se de parvo, ou querem fazê-lo de parvo, a ele e a todos os portugueses.

3 min de leitura
Joaquim Gomes
Joaquim Gomes

A nossa Comunicação Social dominante tem dado destaque às eleições presidenciais, diz mesmo a sua verdade: “A corrida às presidenciais”. É verdade, a Comunicação Social faz das presidenciais uma corrida. O problema é que numa corrida todos partem da linha de meta ao mesmo tempo, mas neste caso específico, um candidato já partiu há uns sete anos, outro há volta de cinco anos e os outros vão partindo um de cada vez, ao gosto e vontade desta Comunicação Social antidemocrática, tendenciosa, injusta e mais uma série de atributos que tem e, a pouco e pouco, com pezinhos de lã, minando a nossa democracia, ao ponto de a dominar totalmente e acabando por ser esta tal Comunicação social a mãe do poder político, é esta tal Comunicação Social que se intitula de democrática e viola os códigos deontológicos do jornalismo, que é informar com rigor e isenção. E faz precisamente o contrário: a uns candidatos leva-os ao colo e promove-os há anos, a outros enterra-os nas masmorras do esquecimento. E claro, o poder político também dominante que se alimenta da teta da tal Comunicação Social faz de conta que isto é tudo muito normal e democrático, sem o ser.

Numa democracia plena e verdadeira, na tal corrida a Belém, os candidatos partiriam da meta todos ao mesmo tempo e com os mesmos tempos de antena. Existe um período de candidatura; existe um período de campanha eleitoral e só a partir daí é que deve a Comunicação Social dar voz aos concorrentes.

A tal Comunicação Social dominante coloca constantemente “o carro à frente dos bois” e até já divulgou quem vai ganhar as eleições presidenciais. Que democracia é esta?! Pelo andar desta carruagem daqui a poucos anos já não é necessário existirem eleições. A tal Comunicação Social é que é a própria democracia, é ela quem elege os governos e os presidentes da república. E não são necessários muitos anos para que isso aconteça, já está tudo no tubo de ensaio, basta juntar um pouco de inteligência artificial e o milagre acontece.

O nosso povo que não esteja atento nem verdadeiramente informado, depois admire-se que a História tem tendência a repetir-se quando não a conhecemos.

Neste país “à beira mar plantado” será que alguém regula a má qualidade da Comunicação Social que temos, que quase só nos atira para dentro das nossas casas “lixo” e “poluição sonora”.

 Eu que tenho pouco mais do que a instrução primária fico indignado com tudo isto, será que neste país com tanos homem letrados, doutores e professores doutores, ninguém se indigna com esta Comunicação Social dominante?!

“O mais cego não é o que não vê, é o que não quer ver”.

Esta Comunicação Social dominante, de há uns anos a esta parte, tem vindo a moldar a nossa sociedade, e se continuar assim o futuro será escuro, vergonhoso e indigno.

Um só homem não consegue mudar o mundo, mas muitos e unidos, conseguem. “Querer é poder”.

Que ninguém se alheie às suas responsabilidades, o futuro somos nós que o construímos.