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EDITORIAL: «O Badaladas completa este mês 77 anos»

Neste mês de maio o Badaladas completa 77 anos de publicação ininterrupta. Fundado em 1948 pelo padre Joaquim Maria de Sousa, começou por ser mensal, passou a quinzenal e finalmente semanal até aos dias de hoje. Atravessou diferentes épocas, enfrentou a censura do Estado Novo, a guerra do ultramar para onde eram enviados exemplares dos jornais gratuitamente para os militares da região em missão nas ex-colónias portuguesas, trespassou a revolução do 25 de Abril de 1974 e entrou na era da modernização e da profissionalização, chegando à crise atual da imprensa.

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Joaquim Ribeiro (Diretor)
Joaquim Ribeiro (Diretor)

A história de Torres Vedras da segunda metade do século passado e dos primeiros 25 anos deste, está patente nas páginas de milhares de edições publicadas nestes 77 anos do Badaladas. Para além do rico arquivo, que recentemente temos vindo a descobrir, a estudar e a preservar, com documentos inéditos na imprensa portuguesa.

 

Em janeiro de 2022 assumi a direção do Badaladas, numa missão que encarei como comissão de serviço. Já estou nesta casa há quase 38 anos, como jornalista, e tenho estado sempre disponível para assumir funções que sirvam a instituição da forma que melhor souber desempenhar, de acordo com as solicitações que as sucessivas administrações têm entendido propor-me.

Três anos e meio depois, fazendo uma espécie de revisão da matéria dada, julgo não exagerar se disser que foi o maior desafio da minha vida profissional. Por vários motivos, que não cabem agora aqui referir. Desde logo as comemorações dos 75 anos do jornal, que deviam ser algo significativo e ao mesmo tempo uma oportunidade para voltar a colocar o Badaladas nos temas de conversa dos torrienses.

 

Foi em 2023 e, graças a um desafio mútuo com o professor Álvaro Costa de Matos, que foi elaborado um programa que constava de um conjunto de palestras com oradores convidados. Ficam os agradecimentos ao próprio Álvaro Costa de Matos, que foi o curador das comemorações e orador da palestra “A censura ao Badaladas no Estado Novo (1948-1974)”. Também a Venerando Aspra de Matos, que falou sobre “As polémicas no Badaladas na década de 1960”; Pedro Marques Gomes, sobre “O Badaladas durante o PREC (1974-75)”, Joaquim Moedas Duarte, sobre “O Badaladas durante o período de convergência da economia portuguesa com a União Europeia (1986-2000); e ainda a Dom Manuel Clemente, que proferiu uma palestra extra sobre a história do jornal. Faltou realizar a palestra com Paulo Fontes sobre “A imprensa regional católica em Portugal no século XX: o caso do Badaladas”. Ficam também os agradecimentos aos locais onde as mesmas decorreram: Garrafeira Venceslau, Tuna Comercial Torreense, Biblioteca Municipal e Centro Pastoral.

Outro agradecimento à Associação Estufa, que organizou uma ação, durante um mês, de venda dos jornais nas ruas com ardinas vestidos a rigor, recuperando uma tradição desaparecida da imprensa. O produto da venda desses jornais foi entregue à APA – Associação de Proteção dos Animais de Torres Vedras.

Um agradecimento também às entidades que patrocinaram essas comemorações: Tec-Atlântica / Mercedes, Grupo Valouro, Raul Patrocínio Duarte, Tecauto / Wolkswagen e Junta de Freguesia de Santa Maria. S. Pedro e Matacães, para além da bebida Licor 35. Importantes igualmente os parceiros científicos: História, Territórios e Comunidades; Pólo da NOVA FCSH do Centro de Ecologia Funcional - Ciência para as Pessoas e o Planeta; e Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

Alguns contratempos impediram que essas comemorações prosseguissem da forma como estava previsto, mas vamos tentar completar o programa oportunamente. Nomeadamente a edição do livro, a exposição itinerante sobre o Badaladas e o projeto de literacia mediática a percorrer as escolas do concelho de Torres Vedras. Pelo menos o objetivo de dar mais visibilidade ao jornal foi alcançado, com notícias publicadas em vários meios de comunicação social, com destaque para a Agência Ecclesia, a Agência Lusa, uma entrevista para a Rádio Renascença e, a nível local, uma entrevista em estúdio na rádio OnFM, várias reportagens da revista Festa e ainda uma entrevista, escrita e em vídeo, para os canais de comunicação da Câmara Municipal de Torres Vedras.