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JOAQUIM GOMES: «O silêncio ensurdecedor da Europa»

Esta Europa que foi de valores democráticos e garante da paz e da união entre os povos, tem desaparecido ao longo dos anos. Hoje temos uma Europa de dois pesos e duas medidas. Uma Europa não isenta, completamente tendenciosa, ninho de ódios racistas e xenófobos, onde os seres humanos não são todos iguais, divide-os em categorias, de primeira, de segunda e de terceira. Os europeus, os norte americanos e os israelitas são de primeira, os asiáticos e restantes américas são de segunda e os africanos de terceira.

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Joaquim Gomes
Joaquim Gomes

Sinto enorme desgosto nestas palavras, mas é a realidade demonstrada desde que a senhora Ursula Von der Leyen e os seus amigos chegaram ao poder na Europa.

Como é possível o silêncio da Europa perante uma guerra entre Israel e a Palestina?! Uma guerra desproporcional onde uma parte tem fisgas e metralhadoras, e, a outra parte tem carros de combate, canhões, drones, helicópteros, aviões, bombas de todas as espécies e armas nucleares. Com todo este potencial destrutivo que tem deixado a Palestina em escombros, como é que em quase dois anos, ainda não conseguiram libertar os reféns apreendidos pelos Hamas?!

O balaço dos mortos é também desproporcional: dois mil da parte de Israel e mais de cinquenta mil da parte Palestina, na sua maioria mulheres e crianças (mais de doze mil crianças). E a Europa "assobia para o lado" como se nada se passasse. Não há uma única sanção sequer a Israel?! Na outra guerra, desde o primeiro minuto os pacotes de sanções foram em catadupa. Este silêncio da Europa mata. Isto já não é uma guerra, é claramente um genocídio contra o povo da Palestina. A Palestina, neste momento, é um campo de concentração a céu aberto, onde os carcereiros israelitas estão a fazer aos palestinos o que Hitler fez com eles na Segunda Guerra Mundial.

Depois da Segunda Guerra, como Israel não possuía um território, foi acordado darem aquele povo uma pátria. Todos concordaram. Mas desde aí, Israel sempre foi ocupando mais território à Palestina; os ódios palestinos vêm de longa data por causa das ocupações territoriais e dos colonatos por parte de Israel, e do controle que Israel impõe por ser um país mais bem armado e com o apoio da Europa e dos Estados Unidos.

Neste conflito atual não podemos nem devemos condenar só Israel. Os Estados Unidos têm a sua grande fatia de culpa e de incentivo a Israel em "limpar" a Palestina. O Sr. Natanyahu, antes de realizar um grande bombardeamento pede autorização ao Sr. Trump, e este dá o seu avale positivo e fornece as armas necessárias para a exterminação daquele povo. Tanto que já disse publicamente que da Faixa de Gaza fazia um empreendimento de luxo como a Riviera Francesa. Os Estados Unidos e Israel já estão a dividir os espojos de guerra quando esta terminar, tanto que queriam mandar os palestinos para os países vizinhos para lhes ficarem com o território. Como é possível a comunidade internacional nada fazer perante este terrível genocídio de um povo.

A Palestina além de destruída fisicamente (habitações, escolas, hospitais e outros edifícios públicos) está cercada pelo invasor que não deixa entrar alimentos, água potável, combustíveis, medicamentos, etc, etc, etc, isto durante várias semanas consecutivas, parece que se está a viver os cercos da Idade Média em pleno século XXI, isto é inadmissível. E a Europa "assobia para o lado" como nada se passasse. "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar".