CARLOS MIGUEL: «A chegada do Metro à Várzea de Loures pode vir a dar lugar à refundação do traçado da Linha do Oeste»
Infelizmente, a Linha do Oeste e a sua modernização ou refundação tem sido mais falada que executada, mas nunca se perde em repensar o tema, sobretudo quando existem elementos novos, como é o caso.

Existe unanimidade em considerar que a electrificação da linha irá aumentar a comodidade dos passageiros, encurtará um pouquinho o tempo de cada viagem e terá benefícios ambientais significativos, mas não resolve a questão da mobilidade para Lisboa, dado o traçado existente, delineado no século XIX.
O Plano Ferroviário Nacional tem presente este problema e prevê um novo traçado para a Linha do Oeste, a partir da Zibreira para sul, passando por Loures, Odivelas, Campo Grande/Lisboa, seguindo para além Tejo (ver fig. 1).
É, sem dúvida, a solução ideal!
Mas, para quando?
Resposta difícil à qual ninguém se atreve a dar resposta ou palpite.
Recentemente, foi assinado um contrato para construção da linha de Metro denominada de “violeta”, que leva este meio de transporte de Odivelas até à Várzea de Loures, onde se localiza o Centro Comercial (ver fig. 2).
Este contrato foi assinado em Abril último e a previsão para a conclusão da obra será em 2029.
Olhando para os dois mapas e conhecendo o território, verificamos que os trajectos serão mais ou menos paralelos e, aparentemente, não existe articulação entre as duas infraestruturas.
Acresce que os recursos não abundam, como nunca abundaram.
Daí ser necessário e urgente articular os dois projectos. E se o caminho de ferro é excelente por servir pessoas e mercadorias, o Metro é bom por servir as pessoas e estas constituem a grande prioridade no acesso a Lisboa.
Acontece que a estação da Malveira fica a escassos 13 Km de Loures.
Face a tais realidades, é pertinente equacionar o faseamento do novo traçado da Linha do Oeste previsto no PFN e a construção, desde já, de um troço de ligação à Várzea de Loures, permitindo aos Oestinos, que usam ou possam vir a usar a ferrovia, chegar rapidamente a Loures e daí radiar por Metro para qualquer ponto de Lisboa.
Com esta solução, articulada e faseada, podíamos ver “luz ao fundo do túnel” em prazo razoável, sem prejuízo de um dia podermos vir a ter a ligação ferroviária ao sul do Tejo.
Seria uma verdadeira refundação da Linha do Oeste.
Em tempo de novos decisores políticos e com tantos a clamarem pelo interesse do Oeste e dos Oestinos, é razoável e de bom senso que tal hipótese seja ponderada e estudada.
Todos nós ficaremos agradecidos.
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