Estrada 115-2 como alavanca do desenvolvimento
Decorreram mais de dois meses desde que a exposição abaixo foi dirigida, individualmente, a todos os membros da Câmara Municipal de Torres Vedras. Neste lapso de tempo a Comissão que constituímos recebeu de eleitos municipais bem como de cidadãos identificados como candidatos a novo mandato no Executivo Municipal, a mais viva compreensão e solidariedade quanto à resolução do problema exposto. É esse agradável facto que, através do prestigiado e benemérito Badaladas, levamos, em especial, aos nossos conterrâneos da União de Freguesias de Maxial e Monte Redondo.
Consequentemente, é-nos lícito aguardar a concretização efetiva dos primeiros atos, nos termos que expusemos.
Em tempos conturbados, o otimismo é mesmo a principal força de FUTURO.

Senhora Presidente e
Senhores Vereadores da
Câmara Municipal de Torres Vedras,
Os abaixo-assinados são cidadãos de pleno direito que acreditam nas virtualidades de uma cidadania atuante e responsável ao serviço do bem comum, designadamente, do desenvolvimento económico e social da comunidade a que pertencem.
Quem conheça a antiga Estrada Nacional 115–2 sabe bem que o traçado da mesma se encontra de há muito desajustado da sua utilização atual pois foi desenhado originariamente, não para a circulação rodoviária moderna, mas sim para a passagem de pessoas, de animais e de veículos de tração animal, onde o problema da sua sinuosidade não se punha, como se põe atualmente.
Para além dos problemas e riscos acrescidos que daí resultam, não há dúvida que a referida estrada – antiga “estrada real” como os nossos avós a designavam – tem sido um fator de bloqueio do desenvolvimento do território e das populações da atual União de Freguesias de Maxial e Monte Redondo; bloqueio a que urge pôr cobro, virando a página atual, para que a Esperança não morra e o Futuro não se esfume.
Por isso, os signatários se constituíram como Comissão de Utentes da Estrada 115–2, convictos de que é tempo de procurar remover este obstáculo ao desenvolvimento da zona norte e interior do concelho, onde se situa o território destas Freguesias.
Ressalvadas as diferentes escalas, pense-se no que seria Torres Vedras e os Municípios contíguos a norte se continuassem dependentes da EN 8 na ligação a Lisboa.
Como se sabe, no âmbito da descentralização de competências do Estado, a Câmara Municipal conjuntamente com a Assembleia Municipal, aceitaram livremente a transferência da ex-EN 115–2
para a responsabilidade do Município com as contrapartidas que consideraram adequadas.
Daí decorre que, presentemente, a referida ex-EN 115-2 está integrada na rede viária municipal, caracterizando-se por ser uma via
- Estreita e sinuosa, com curvas e contracurvas em parte do seu traçado, como não há outra estrada municipal no território do nosso concelho, e
- Com assinalável tráfego que extravasa os limites do concelho, em especial, de veículos pesados de mercadorias ditos camiões articulados, em regra com 5 eixos.
Na falta de alternativa, é esta rodovia que assegura a acessibilidade e mobilidade da população das diversas localidades da União de Freguesias de Maxial e Monte Redondo, a saber: Aldeia Grande, Póvoa, Valentina, Sestearia, Maxial, Eiras da Palma, Santo António, Folgarosa, Vila Seca, Ereira, Loubagueira, Monte Redondo, Lapas, Ermegeira e casais dispersos.
O traçado sinuoso e a estreita largura da estrada bem como a passagem frequente dos referidos camiões, determinam uma elevada insegurança e morosidade dos veículos ligeiros e seus ocupantes.
Não foi por acaso que o Instituto de Estradas de Portugal, enquanto esta via se encontrava sob jurisdição do Estado, manteve sinalização de limite de velocidade de 50 kms/hora fora das localidades (!); sinalização que foi recentemente retirada pela Câmara Municipal sem que se perceba porquê.
Ultimamente, a autarquia repavimentou um troço desta via e modernizou a sinalização o que constitui um benefício indiscutível. Porém, a verdade é que tal não altera o bloqueio que o traçado desta estrada constitui para o desenvolvimento económico e social desta União de Freguesias.
Esta intervenção como muitas outras no concelho, faz parte do rol das ações periódicas e rotineiras para evitar a degradação intolerável das normais condições existentes. Apenas a necessária alteração do traçado e de outras características físicas e funcionais da via, assegurarão maior fluidez e indispensável segurança.
Partindo deste entendimento, fez-se uma análise ponderada e responsável do atual traçado e, em resultado da mesma, vem propor-se a eliminação, no mínimo, das curvas e contracurvas assinaladas no mapa anexo.
Como por certo concordarão, a zona interior norte do nosso concelho carece de estímulos como o que esta proposta consubstancia, sob pena de se ir agravando a dicotomia discriminatória litoral/interior no território de Torres Vedras.
Daí que esta iniciativa se afigure para os signatários da melhor oportunidade considerando o calendário de próximas eleições autárquicas.
Transcorrido meio século de regime democrático, é mais que tempo, na esfera do poder local, de a interação eleitos/eleitores se traduzir em soluções de compromisso eficaz ou seja com resultados efetivos, para a comunidade.
Objetivamente, dirigimo-nos às principais forças políticas de Torres Vedras – o que é aferido pela representação no Órgão Executivo – apelando a um compromisso pré-eleitoral no sentido da concretização deste justo anseio no mandato autárquico seguinte.
Um compromisso calendarizado, portanto.
Sem esse compromisso, não se conseguirá perspetivar um futuro de desenvolvimento que as populações da UF de Maxial e Monte Redondo esperam de há muito e merecem.
Aliás, as encomiásticas declarações sobre o assunto, proferidas pela Senhora Presidente e Senhores Vereadores, na reunião pública da Câmara Municipal que teve lugar, no passado dia 24 de setembro, em Monte Redondo, deixam antever que este propósito encontra acolhimento em V. Exas.
Como é óbvio, para além da apresentação da presente carta, estamos disponíveis e interessados em quaisquer outras iniciativas, nomeadamente reuniões, em tempo útil, que se destinem à efetivação deste objetivo.
Tudo isto é justo, necessário, urgente. Acresce que é viável atentos os montantes orçamentais do Município de Torres Vedras.
Com elevada consideração.
A Comissão de Utentes da Estrada 115 - 2
José Augusto de Carvalho, Jacinto Jorge Carvalhal, Acácio Manuel Carvalhal Cunha, Alfredo Manuel Lourenço Bento, Nuno Manuel Terêncio Aniceto, José Manuel Monteiro Silva e Francisco Xavier Sousa