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Os desafios e as oportunidades da IA para a criatividade humana

Mais de 300 alunos, docentes e representantes de empresas da área da criatividade, tecnologia e inovação participaram na 3ª edição do encontro “temosdefalar”, que decorreu nos dias 21 e 22 de maio, no auditório da Escola Secundária Henriques Nogueira, em Torres Vedras.

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Foto: Eunice Francisco
Foto: Eunice Francisco

Promovido pela KPWLab e organizado em parceria com o Agrupamento de Escolas Henriques Nogueira, este evento tem com objetivo provocar o pensamento crítico, inspirar novas ideias e motivar os jovens a imaginar, criar e questionar, este ano com o tema “imagina”. “A criatividade vai ter login?” foi a provocação lançada aos participantes, convidados a uma reflexão sobre criatividade, inteligência artificial e o futuro da educação.

O primeiro dia foi dedicado aos docentes, com uma formação sobre “Ferramentas Digitais e Fabricação Criativa no Ensino: Explorar para aprender com Fab Labs e Laboratórios de Educação Digital — Ideias que ganham forma”. Contou com a participação de 45 professores de várias escolas do concelho e propôs uma abordagem prática. Segundo a organização, esta experiência permitiu aos docentes explorar novas ferramentas e metodologias aplicáveis em contextos educativos, aproximando-os das práticas dos Fab Labs e da aprendizagem criativa com tecnologia.

 

Criatividade, IA e pensamento crítico

Já o segundo dia foi pensado especialmente para os alunos e teve como objetivo refletir sobre os desafios e oportunidades que a Inteligência Artificial (IA) representa para a criatividade humana.

Os oradores convidados, provenientes de áreas como o design, tecnologia, publicidade e investigação científica, partilharam experiências inspiradoras sobre como a IA está a transformar o mundo da criação, do ensino e das profissões.

Apesar das mudanças profundas e da velocidade a que ocorrem, nas profissões e nas vivências quotidianas das nossas vidas pessoais, os oradores defenderam que estas poderosas ferramentas não devem ser temidas, mas antes utilizadas com responsabilidade, tirando delas o máximo partido. “As máquinas podem dar-nos o mundo que quisermos, mas a criatividade, no final do dia, vai ser sempre nossa”, sustentaram.

Para os oradores, a IA acelera processos criativos, na medida em que permite criar, testar e falhar mais rapidamente, “mas não substitui o pensamento crítico e é isso que fará a diferença no mercado de trabalho”, sublinharam. Preservar o espírito crítico, autonomia e capacidade de interpretação é fundamental, disseram, aconselhando os alunos a dominarem as ferramentas de IA, frisando que “quem souber trabalhar com estas ferramentas, vai para obter os melhores resultados”.

Uma mesa-redonda reuniu todos os oradores num debate onde foram levantadas questões sobre a ética da IA, a sua integração nas rotinas humanas, os riscos e os benefícios desta tecnologia e, sobretudo, o papel do ser humano num futuro cada vez mais automatizado. Os comentadores foram desafiados a deixar conselhos para os alunos, que foram recebidos com grande interesse e atenção, afirma a organização.

Durante a sessão, vários alunos colocaram perguntas pertinentes e demonstraram curiosidade genuína, questionando, por exemplo, como distinguir criações humanas de conteúdos gerados por IA ou de que forma as máquinas podem colaborar com os humanos sem os substituir. Também os docentes presentes na audiência aproveitaram para colocar questões aos oradores da tarde.