EDITORIAL | Perdemos a capacidade de sorrir?
Estes últimos dias têm sido pouco favoráveis para os comediantes do nosso país. Eduardo Madeira bateu com a cabeça num ferro, esvaiu-se em sangue e levou sete pontos. A Joana Marques está na barra do tribunal a ser julgada devido a um processo interposto pelos irmãos cantores “Anjos”, que pedem mais de um milhão de indeminização por determinados danos que ainda não percebi quais são. Nuno Markl tem um olho negro porque decidiu adquirir uma máquina de lavar à pressão e a coisa correu mal.

Esta semana Herman José foi atuar nas festas da Lourinhã, caiu de uma cadeira e deslocou o ombro e rasgou o tendão de Aquiles. Apesar da ida ao hospital de Torres Vedras, regressou à Lourinhã para cumprir o espetáculo que estava agendado, mesmo de braço ao peito e numa cadeira de rodas. Ricardo Araújo Pereira, que eu saiba não sofreu qualquer acidente, mas deve ser neste momento o humorista mais odiado do país, também ainda não percebi porquê.
Vamos lá a ver. A função dos humoristas é fazer-nos rir. Às vezes não têm graça, nem sempre as piadas são boas ou correm bem, mas querem apenas fazer-nos rir. Sempre houve alguém com essa função. Rir é uma função biológica do ser humano. Torna-nos mais felizes. Para além dos azares que têm em acidentes, os humoristas são igualmente atacados por quem não tem sentido de humor e, pior que tudo, odeiam tudo o que faça rir. Será que perdemos essa capacidade? Espero que não!