Autoridades e operacionais preocupados com aumento de vegetação no terreno
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) do Município de Torres Vedras foi apresentado no passado dia 14, no quartel dos Bombeiros Voluntários. Com a representação de todas as entidades que o compõem, foi uma demonstração de coordenação e de prontidão para a prevenção e o combate aos incêndios rurais num território que tem potencial para grandes fogos, devido à elevada área florestal e de matas.

Idêntico ao de anos anteriores, este dispositivo municipal “tem conseguido responder com muita eficácia” ao flagelo dos incêndios rurais, disse Hugo Jorge, comandante dos bombeiros. Num território onde “o potencial de risco é enorme”, e a que acresce o risco dos fenómenos extremos, como ondas de calor, aquele responsável defendeu uma atuação “agressiva e musculada” para que a área ardia se mantenha reduzida e salientou o investimento dos bombeiros na formação para o combate e prevenção dos incêndios, bem como a importância de ações de sensibilização junto da população para a redução de comportamentos de risco e limpeza dos terrenos.
Carlos Silva, Comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste, elogiou a organização do município e considerou que esta medida deveria ser replicada noutros concelhos. Carlos Silva referiu que 2024 foi um ano tranquilo no concelho, mas avisou que estão reunidas condições para “um verão difícil. Vamos ter muito combustível no território, porque choveu muito. A gestão que foi feita no início do ano infelizmente já não vai produzir os efeitos que se esperava”, disse aquele responsável, chamando a atenção para a falta de cultura de segurança no território e para a importância do trabalho de prevenção e de sensibilização junto da população.
Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal, recordou as medidas do município no âmbito da prevenção dos incêndios rurais no concelho e prometeu vigilância e fiscalização apertadas sobre qualquer operação de uso de fogo. Uma vez mais, haverá “tolerância zero” para queimas e queimadas, completamente proibidas entre 1 de junho e 30 de setembro e em dias críticos (à exceção das realizadas por questões fitossanitárias, nomeadamente relacionadas com o fogo bacteriano).
Relativamente às expectativas para o verão, a autarca acredita que “temos condições para ter mais uma época com reduzidas áreas ardidas”, mas apela à população para limpar os terrenos e evitar comportamentos de risco relacionados com o uso de fogo nos próximos meses.
No terreno entre 1 de junho e 15 de outubro, diariamente e em permanência, o DECIR integra os Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, com duas equipas de combate a incêndios, num total de 17 operacionais, e um corpo ativo com 120 elementos; Sapadores Florestais do Município com 15 operacionais e dois tratores florestais; Brigada de Sapadores Florestais da CIMOeste, com quatro elementos, dois veículos ligeiros de combate a incêndios e um trator florestal; AFOCELCA com uma equipa de cinco elementos e um veículo florestal de combate a incêndios, sediada na Associação de Socorros do Ramalhal de 15 de julho e 30 de setembro, que pode acionar mais equipas e meio aéreo próprio em caso de necessidade; GTF (Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal), com seis elementos; SMPC (Serviço Municipal de Proteção Civil), com oito elementos; ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil), Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste; ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), que aciona o Comando Nacional da Força de Sapadores Bombeiros Florestais e a Unidade Nacional de Máquinas, em caso de necessidade; GNR, com seis elementos do Núcleo de Proteção Ambiental (4 militares e 2 florestais), três viaturas, duas motas e duas bicicletas elétricas, que pode acionar os efetivos dos postos territoriais, em caso de necessidade; efetivo local da PSP; e as Juntas de Freguesia, que contribuem com apoio logístico e de reconhecimento.
O DECIR tem por objetivo impedir a ocorrência de grandes incêndios; contribuir para a redução da área ardida e do número de incêndios; assegurar o baixo nível de danos e impactos decorrentes dos incêndios que se venham a verificar; e envolver as comunidades nas operações de prevenção e autoproteção relacionadas com incêndios rurais.
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