Sobral de Monte Agraço festejou 25 de Abril
Sobral de Monte Agraço comemorou o 25 de Abril com um vasto conjunto de iniciativas, que marcaram também o encerramento dos 50 anos da “Revolução dos Cravos”. No dia 24 houve um desfile com alunos do agrupamento de escolas e à noite teve lugar a sessão solene da Assembleia Municipal, com intervenção de representantes dos vários grupos políticos. Antes dos discursos foi aprovado por unanimidade um voto de pesar pela morte do Papa Francisco e a seguir foi guardado um minuto de silêncio em sua memória.

A primeira intervenção política pertenceu a Cláudia Santos, presidente da Junta de Freguesia da Sapataria, eleita pelo movimento independente Move-te, que apelou à participação cívica de todos, referindo que “a liberdade não é uma conquista permanente”. João Amaral (CDS), defendeu que “não podemos tolerar extremismos” e que “precisamos de reforçar a nossa economia”. António Rodolfo (PSD) preferiu centrar o seu discurso na atualidade política nacional. Sofia Meireles (PS) destacou o poder local democrático como uma das conquistas do 25 de Abril de 1974. Vítor Lourenço (CDU) lembrou o combate ao fascismo ao longo de muitos anos e referiu-se também ao poder local democrático como “uma das grandes conquistas do 25 de Abril”.
O presidente da Assembleia Municipal, Júlio Rodrigues, que fez o último discurso numa sessão solene do 25 de Abril, já que não vai recandidatar-se ao cargo, evocou a manhã em que aconteceu a “Revolução dos Cravos”. Recordou que “ao longo de 48 anos foram muitos os que morreram e sofreram às mãos da ditadura e nestes 51 anos evoluímos muito, mas também muitas coisas correram mal”. Advertiu que “a liberdade conquistada pode ser destruída”, por isso “é importante lembrar todos os que permitiram Abril”.
Após a sessão solene da Assembleia Municipal, as comemorações prosseguiram na praça, com a atuação de Celina da Piedade e o discurso do presidente da Câmara, que fez referência ao encerramento das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. O autarca sublinhou “as profundas transformações democráticas, políticas, económicas, sociais e culturais, alicerçadas na afirmação da soberania e independência nacional”.
“A Revolução de Abril de 1974 constitui um dos mais importantes acontecimentos da história de Portugal, tendo derrotado o fascismo, a opressão, o esmagamento das liberdades, a limitação dos direitos fundamentais, a marginalização e discriminação dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e do povo na vida política nacional”, disse José Alberto Quintino.
O presidente da Câmara referiu-se ainda aos tempos de ditadura vividos no Sobral e à resistência e oposição clandestina naquele concelho. “Por isso, honrando a memória dos resistentes já falecidos e saudando os resistentes ainda entre nós, festejamos vivamente esta data, porque a Revolução de Abril nos deu a liberdade, o fim da guerra colonial, a afirmação da soberania e independência nacional, assim como a capacidade do povo português decidir o seu destino em eleições”.
No dia 25 os festejos da Revolução continuaram com o içar da Bandeira Nacional perante a guarda de honra pelo corpo de bombeiros, atividades desportivas e tarde de acordeão. No dia 26 disputou-se o Troféu de Atletismo José Manuel Gil Alves e o Cine-Teatro recebeu, na noite de sábado na tarde de domingo, o espetáculo “Sobral Honra Abril”, com artistas e associações do concelho. No dia 27 houve ainda uma caminhada.
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