População reivindica solução urgente para a falta de rede móvel em Matacães

Cláudio Policarpo, morador da localidade, dirigiu-se à presidente da Câmara, Laura Rodrigues, e aos restantes autarcas, sublinhando que a ausência de rede já ultrapassa o campo da comodidade, afetando o acesso a serviços essenciais, especialmente com o crescente encerramento de balcões bancários. “Sempre que vêm cá em tempo de eleições, dizem: ‘Vamos resolver o problema da rede móvel’. Mas até hoje continuamos sem solução. Já nem conseguimos confirmar transferências bancárias sem ter de sair de casa ou andar quilómetros à procura de rede”, afirmou.

Apesar da crítica, o residente aproveitou para agradecer o trabalho da atual Junta de Freguesia, reconhecendo os melhoramentos implementados em Matacães após anos de abandono.

Em resposta, a presidente da Câmara, Laura Rodrigues, reconheceu a gravidade da situação e garantiu que o município tem pressionado as operadoras de telecomunicações. No entanto, alertou para entraves de ordem privada que têm dificultado os avanços. “Estamos há sete meses à espera de autorização de um proprietário para instalar uma antena num ponto estratégico do concelho. Sem essa autorização, ficamos limitados. Mas não deixaremos de procurar alternativas”, assegurou.

A autarca reiterou que as comunicações móveis são hoje um bem essencial para o dia a dia da população e criticou a qualidade dos serviços face aos custos elevados que os cidadãos suportam. Pediu ainda à Junta de Freguesia que continue a pressionar as operadoras e a colaborar com a Câmara na busca por soluções.

Também os vereadores presentes reforçaram a urgência do tema. Secundino Oliveira, do PSD, destacou a incoerência da situação: “O meu telemóvel está sem rede. Não se justifica, nos tempos que correm, não termos acesso ao digital. Isso impede-nos de ter uma vida normal”. Referiu que, se é aceitável ter falhas em zonas remotas, como na Serra da Estrela, “é difícil entender como isso ainda acontece a 40 quilómetros de Lisboa”.

Diogo Guia, vereador do movimento cívico Unidos por Torres Vedras, partilhou a mesma preocupação e criticou a inércia das entidades responsáveis: “Há uma indolência permanente. Há coisas que são tão básicas de resolver e esta é uma delas”.