PJ detém assaltantes de bancos procurados por toda a Europa
A Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) anunciou no passado dia 10 a detenção, na região de Lisboa, de dois estrangeiros pela autoria de vários crimes de roubo em bancos, com recurso a arma de fogo, ocorridos entre julho de 2023 e abril de 2025, que lhes terá rendido cerca de 600 mil euros.

Agora em prisão preventiva, os dois detidos, de 44 e 40 anos, eram procurados por toda a Europa, com mandado de detenção europeu, emitido pelas autoridades portuguesas, pela prática de múltiplos crimes de roubo, com recurso a arma de fogo, sequestro e falsificação de documentos.
Em comunicado, a PJ explica que os dois estrangeiros foram localizados e detido no âmbito de uma investigação, coordenada pelo DIAP Regional de Évora. De acordo com o Ministério Público (MP), os assaltos foram praticados desde julho de 2023, em bancos na zona do Alentejo, Algarve e Margem Sul do Tejo, e durante o horário de expediente. Os dois detidos ameaçavam funcionários e clientes, “exibindo armas, forçando à entrega de quantias em dinheiro sob ameaça de violência física, constrangendo as pessoas a permanecerem no local contra a sua vontade, algumas amarradas, causando grande receio e alarme social”.
A PJ sublinha que foi apreendida “abundante prova da prática dos crimes”, nomeadamente 65 mil euros em dinheiro, roubados no assalto à Caixa de Crédito Agrícola da Atalaia, na Lourinhã, no passado dia 8, a arma utilizada nos crimes, passaportes e outros documentos de identificação com identidades falsas, roupa e acessórios de disfarce.
A PJ refere que os suspeitos, considerados perigosos, não têm qualquer vínculo ao nosso país. “Deslocavam-se a Portugal por curtos períodos e apenas pelo tempo necessário para a prática dos crimes, demonstrado enorme facilidade em entrar e sair de território nacional. Utilizavam, para o efeito, outros países do espaço Schengen, recorrendo a identidades falsas, o que dificultou em muito a investigação”.
A Judiciária adianta que ambos têm um longo cadastro, tendo um deles sido condenado por crimes semelhantes, primeiro em 2012, a 12 anos de prisão, depois em 2019, a 17 anos e 11 meses de prisão, sendo extraditado em 2022 para o Brasil para cumprimento de pena no país de origem. O outro havia já sido condenado a 12 anos e 6 meses pelo homicídio de um cidadão irlandês no Algarve.
Segundo o MP, estão agora “indiciados, como reincidentes, pela prática de, pelo menos, sete crimes de roubo, com recurso a arma de fogo, dez crimes de sequestro, quatro crimes de falsificação de documento e branqueamento”.