Mafra vai construir Arquivo Nacional do Som por 6,4 milhões de euros
A Câmara de Mafra vai iniciar a construção do Arquivo Nacional do Som, depois de hoje ter decidido adjudicar a empreitada por 6,4 milhões de euros.

Em reunião à porta fechada, o executivo municipal aprovou por unanimidade a proposta de entregar a obra à empresa RUCE – Construção e Engenharia S.A. por 6,4 milhões de euros, acrescidos de IVA, disse à agência Lusa fonte oficial.
A empreitada é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 4,5 milhões de euros, enquanto a aquisição de equipamentos tem um financiamento de dois milhões de euros.
O edifício vai ter cinco pisos: um primeiro enterrado com a entrada com zonas de serviço, outro aberto para infraestruturas técnicas, o piso de entrada com gabinetes administrativos e as zonas de maior interação com visitantes, outro com laboratórios e o último para os depósitos.
O Arquivo Nacional do Som vai reunir todo o património em espaços de depósito adequados à sua conservação e proceder à sua digitalização.
A estrutura de missão criada em 2019 para o Arquivo Nacional do Som encontrou “documentos sonoros ameaçados” pela degradação física ou tecnológica dos suportes em que foram gravados, disse à agência Lusa o seu coordenador, Pedro Félix.
Foram identificados meio milhão de registos pertencentes a várias entidades, 90% das quais se situam na Área Metropolitana de Lisboa, daí o interesse da localização do arquivo em Mafra.
Do arquivo vão constar desde os primeiros cilindros de cera e discos de sulco largo da viragem do século XIX para o século XX, até aos recentes CD, sem esquecer os documentos “nado digitais”, que tanto podem ser gravações de paisagens sonoras e sons de pássaros, até música publicada em plataformas digitais e ‘podcasts’.
A equipa de instalação do Arquivo Nacional do Som, liderada pelo investigador Pedro Félix, foi criada em 2019 e viu o mandato renovado em 2021, “mantendo as condições de atividade até ser criado o Arquivo Nacional de Som”.