Ramalhal recebeu as comemorações da “revolução dos cravos”
O pavilhão desportivo da Escola Básica do Ramalhal recebeu este ano a realização da sessão solene da Assembleia Municipal (AM) de Torres Vedras para comemorar o 51º aniversário do 25 de Abril de 1974.

Na cerimónia comemorativa, para além das habituais intervenções do presidente desse órgão autárquico, José Correia, e da presidente da Câmara, Laura Rodrigues, usaram também da palavra o presidente da Junta de Freguesia, António Espírito Santo, e representantes das forças políticas com assento na AM, designadamente: PS, PSD, UNIDOS, CDU, CDS e CHEGA.
Recorde-se que foi com a “revolução dos cravos” que os portugueses conquistaram a “liberdade de expressão”, após 48 anos a viver em ditadura. Mas também o “direito à saúde, à educação, à justiça”, assim como seus aos “direitos laborais”, foram então conquistados. Com a transição para a democracia foram ainda atenuadas as “desigualdades entre homens e mulheres” no trabalho e na sociedade.
Sobre a revolução José Correia, no uso da palavra, classificou o 25 de Abril como tendo sido o “instante em que o povo inteiro respirou”. Todavia, alertou o auditório que atentamente o escutava para o facto disso não ser, ainda hoje, “um dado adquirido”. Pelo que sublinhou, “ao celebramos esta memória é-nos exigida uma grande responsabilidade”.
Responsabilidade essa que passa por saber o que fazer com o “bem precioso que nos deixaram”, uma vez que a data “não terminou em 1974”, alertou. Pelo que enfatizou, “ao celebramos hoje o 25 de Abril não estamos a celebrar apenas uma data, mas um símbolo eterno da vontade humana. Não é um ponto final nem pertence ao passado. Ele hoje ainda é mais preciso”.
O presidente da AM torriense, voltando a lembrar que somos “herdeiros deste gesto profundo”, deixou depois duas questões no ar: “O que fazemos hoje com a liberdade que nos foi entregue?”; e “Que Abril estamos a construir para os que virão?”.
Voltando a lembrar que “Portugal aprendeu a dizer ‘liberdade’ com a voz inteira”, o autarca concluiu, entretanto, o seu discurso comemorativo renovando o compromisso com “a dignidade, a palavra livre, a escuta atenta e a justiça que ainda falta cumprir”.
A sessão solene, que no início contou com a entoação do hino nacional, um minuto de silêncio em memória do Papa Francisco e a escuta da canção «Grândola Vila Morena», terminou depois com a atuação do coro «Vozes ao Largo» composto por crianças da Escola Básica e Clube Sénior do Ramalhal.