Saltar para o conteúdo principal

JOÃO PAULO REIS: «O atraso na Variante das Palhagueiras é o reflexo das oportunidades perdidas»

Há mais de 20 anos que é reconhecido pelos torrienses a necessidade de construção de algumas vias rodoviárias estruturantes para o desenvolvimento do concelho.

3 min de leitura
João Paulo Reis
João Paulo Reis

Uma dessas vias há muito identificada como necessidade premente é a ligação direta da A8 a Santa Cruz, com passagem pela zona industrial das Palhagueiras.

A primeira fase de construção desta via (a ligação entre a A8 em Paio Correia e a Zona Industrial das Palhagueiras) foi incluída no Plano de Recuperação e Resiliência, vulgo PRR, obra essa que já constava do plano em fevereiro de 2021 e cujo contrato de financiamento foi assinado em janeiro de 2022.

Passado todo este tempo o concurso para a sua construção ainda não foi lançado, sendo o final de 2026 como a data definida pela Comissão Europeia para o término das obras do PRR.

Tendo em conta que a Câmara Municipal ainda irá lançar o concurso com um prazo de execução de dois anos, conclui-se que a obra não estará concluída até ao final do PRR.

Assim sendo, enquanto outros municípios já estão a inaugurar obras do PRR, o Município de Torres Vedras irá perder 12 milhões de euros de apoios a fundo perdido do PRR, tendo assim a Câmara de se endividar quase até ao seu limite para concretizar a obra.

Este dinheiro perdido possivelmente daria para construir a segunda fase da variante até Santa Cruz.

Estamos perante uma grande oportunidade perdida, com um enorme custo para todos os torrienses.

Convido todos a efetuarem uma reflexão sobre a gestão deste processo e a pensar como é que aqueles que não conseguem cumprir com a execução de uma obra, que há tantos anos faz parte dos planos, conseguirão cumprir com todas as obras estruturantes a nível de mobilidade e circulação que vão sendo prometidas através dos planos apresentados?

Poderia agora enumerar algumas dezenas dessas obras que têm vindo há muito a ser prometidas, mas que não passaram até agora de meras promessas, como é o exemplo da conclusão da tão necessária variante poente até ao nó da A8 no Catefica e a variante norte ao Choupal.

A gestão de um município exige uma elevada dinâmica e visão para que as tão necessárias medidas se concretizem e para que tenham um impacto verdadeiramente positivo na qualidade de vida de todos.

O que tem sido feito ou se quisermos ser mais corretos, diria, o que não tem sido feito, está à vista de todos.

A elevada dificuldade em circular na cidade, com um trânsito caótico, é um espelho desta inoperância da atual gestão, que tem saído muito cara a todos os torrienses.