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“Contas negativas da Câmara revelam má gestão e descontrolo nas despesas”, acusa o Unidos por Torres Vedras

“Pela primeira vez em mais de uma década, a Câmara Municipal de Torres Vedras apresentou contas negativas, registando um prejuízo de 745 mil euros em 2024. Pior, este descontrolo financeiro acontece quando não se regista qualquer investimento estruturante no concelho, devendo-se apenas e só ao galopante crescimento das despesas correntes”, refere a nota de imprensa do Unidos por Torres Vedras.

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Vereadores Sérgio Galvão e Diogo Guia
Vereadores Sérgio Galvão e Diogo Guia

O movimento cívico, com dois vereadores eleitos na Câmara Municipal, considera que este “descontrolo financeiro compromete o investimento em áreas chave no concelho, prejudicando a qualidade de vida dos torrienses, e acontece precisamente quando a generalidade dos municípios portugueses vive uma situação financeira positiva. Mafra, aqui bem perto, teve um saldo positivo de 12 milhões de euros”.

O movimento cívico considera que este resultado negativo da Câmara de Torres Vedras “só surpreende quem não tem acompanhado a evolução das contas e os avisos, sistemáticos, do Unidos ao longo de todo o mandato. Em apenas quatro anos, a despesa com a contratação de serviços externos aumentou de 13 para 15 milhões de euros por ano. O mesmo com as despesas de pessoal, as quais passam de 18 para 26 milhões de euros por ano. Se incluirmos os SMAS e a Promotorres, os custos com despesas de pessoal por ano são de 33 milhões de euros”.

O Unidos reconhece que a autarquia assumiu novas competências nas áreas da Educação e da Saúde. Contudo, contrapõe, “isso é apenas uma parte deste aumento, que não se nota no acréscimo da qualidade dos serviços, antes pelo contrário. Não é a competência e profissionalismo dedicado dos trabalhadores do município que está em causa, mas a forma inopinada como se tem procedido a novas contratações, muitas delas entrando no quadro, num escalão superior a quem está há anos em dedicação exclusiva ao Município. A contratação por avença e tarefa passou de 34 em 2022, para 86 em 2024. Mais de 50 contratações em véspera de eleições”.

O Unidos também sublinha que não se deve questionar a necessidade de ter um quadro de pessoal robusto, porque a qualidade dos serviços prestados à população exige meios humanos e que estes sejam valorizados. “Questiona-se, isso sim, a falta de estratégia e o desrespeito por quem há anos garante serviços essenciais aos torrienses”, refere o movimento independente. “Com uma orgânica mal elaborada, sem orientação para o cidadão nem valorização dos trabalhadores, a Câmara continua sem rumo. E os resultados estão à vista: menos investimento, serviços estagnados e contas no vermelho”, conclui a nota de imprensa.