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Aniversário do CAC celebrado com périplo por espaços culturais da Encosta de São Vicente

O quarto aniversário do Centro de Artes e Criatividade (CAC) foi celebrado na tarde do passado dia 27 de abril, com a realização de um périplo pelos diferentes espaços do Pólo Social e Cultural (os quais estão atualmente cedidos pelo Município de Torres Vedras para fins culturais), um dos projetos do “Encosta”, programa de regeneração urbana e social da Encosta de São Vicente, do qual o CAC foi o projeto “pilar”.

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Imagem ilustrativa: Aniversário do CAC celebrado com périplo por espaços culturais da Encosta de São Vicente

Essa basilaridade deste equipamento municipal no contexto do programa “Encosta” foi, de resto, frisada pela presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, no final do périplo, antes do momento do cantar de parabéns ao CAC. Na mesma alocução foi salientado a intensa atividade verificada nesse espaço nos seus primeiros quatro anos de existência, em que se contabilizaram cerca de 22 mil visitas às suas exposições, cerca de 18 mil participações nas suas atividades pedagógicas e cerca de 10 mil presenças em eventos diversos realizados no mesmo.

A atividade celebrativa do 4.º aniversário do CAC tivera início na Oficina Comunitária, um espaço polivalente situado no n.º 33 da Rua da Volta, o qual acolhe atualmente a instalação audiovisual Lar, doce lar, uma iniciativa promovida pelo projeto “Somos Comunidade” do ATV - Académico de Torres Vedras, a qual se baseia na recolha de histórias de vida de habitantes da Encosta de São Vicente. No seu ato inaugural, que foi abrilhantado com a interpretação de uma primeira versão de uma canção original do coro Música sem Idade (afeto ao “Somos Comunidade”), o presidente da direção do ATV, Hugo Lucas, explicou que Lar, doce lar foi concebida a partir de uma outra iniciativa, denominada Estendal de Histórias, integrando-se no projeto “Círculos”, o qual é cofinanciado pela Direção-Geral das Artes (DGARTES) e Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP). Já a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, no mesmo ato inaugural, aproveitou para elogiar o profícuo trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito do projeto “Somos Comunidade”, o qual tem vindo, por meio da Cultura, a dinamizar a vida comunitária na Encosta de São Vicente, com um efeito contaminador bastante positivo. De referir que a inauguração da instalação Lar, doce lar, à qual se pode assistir durante esta semana, enquadrou-se na programação do festival Bairros.

A inauguração do espaço da Academia de Música Tradicional (um recente projeto da AnimaEsp – Associação Cultural), situado no n.º 44 da Rua da Floresta, foi o segundo momento da atividade celebrativa do 4.º aniversário do CAC. O mesmo teve início com uma atuação de um grupo de alunos da Academia de Música Tradicional, a que se seguiu uma visita ao espaço que estava a ser inaugurado, o que incluiu uma passagem pela exposição Bombos com Arte (uma mostra de bombos ornamentados por artistas convidados pela AnimaEsp). Posteriormente teve lugar a assinatura de um protocolo de colaboração entre esta associação e o Município de Torres Vedras, após o que usou da palavra o presidente da direção da AnimaEsp, Joaquim Pinto Gonçalves, que salientou que a Academia de Música Tradicional é um projeto que aposta na qualidade e na inclusão, tendo por isso uma componente social para além da musical. Nesse seguimento, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras realçou que o mesmo vem colmatar uma lacuna existente na região, constituindo-se também como um contributo para a coesão social na encosta de São Vicente.

Aos discursos seguiu-se uma atuação de um outro projeto da AnimaEsp, o grupo Rufinhos, e uma deslocação até à Rua das Escadas, onde foi inaugurado o espaço d’ A Bolha - Teatro com Marionetas e da AREPO - Companhia de Ópera e Artes Contemporâneas, denominado LEIRA - Lugar de Experimentação, Investigação e Relação Artística. Após uma visita a esse espaço, teve lugar a assinatura de protocolos de colaboração entre estas associações e o Município de Torres Vedras, tendo, posteriormente, usado da palavra o presidente da direção da AREPO, Luís Soldado, que nessa sua alocução sublinhou a aposta do Município de Torres Vedras na Arte como eixo fundamental da vida coletiva. A presidente da direção d’ A Bolha, Ana Ferreira, por seu lado, salientou a forma como se está a consolidar o ecossistema cultural da Encosta de São Vicente, bem como o trabalho de sinergia e ligação que tem sido realizado no âmbito desse ecossistema. Este aspeto foi também, de resto, enaltecido pela presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, que frisou a importância do trabalho colaborativo em detrimento do competitivo. Ainda segundo Laura Rodrigues, a fixação da AREPO e d’ A Bolha em Torres Vedras representam mais-valias para esta cidade e são sinónimo de que a mesma é um local acolhedor para os agentes artísticos.

Seguiu-se a apresentação de outra iniciativa cultural integrada no projeto “Círculos” e na programação do Bairros: o Poema(rio) Cantado, um espetáculo musical que resultou de um trabalho desenvolvido pela AREPO com utentes do Gabinete de Apoio à Deficiência Visual de Torres Vedras, no âmbito do qual poemas escolhidos por esses utentes foram transformados em “lieders” (canções alemãs do século XIX), para voz, piano e violino.

Terminado o espetáculo, e antecedendo o momento em que se cantou os parabéns ao CAC, usou da palavra, para além da presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, também o diretor artístico do CAC, João Garcia Miguel, que relevou a progressiva matriz contemporânea deste equipamento, o qual estabelece uma crescente conexão entre diferentes agentes culturais. Ainda segundo João Garcia Miguel, é desiderato do CAC prosseguir o seu trabalho de criação de soluções e realização de atividades que contribuam para a humanização da comunidade.